sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A CULPA É DO PARDAL


Eles tentam ficar meio dissimulados, pendurados em fios, em viadutos, passarelas de pedestres, em postes, nos lugares mais variados,
são os radares eletrônicos que tiram fotografias dos carros e assim sendo flagram os motoristas cometendo infrações. Há muita polêmica
em torno desses bichinhos; alguns têm verdadeiro ódio deles, acham que é sacanagem da prefeitura, do estado ou da união, colocarem
estes aparelhos para faturar em cima do povo já bastante espoliado por governantes corruptos em conluio com empresários
inescrupulosos. O fato é que há poucas coisas mais eficientes do que os tais pardais para fazer-nos reduzir a velocidade nas estradas ou
mesmo dentro das cidades. A tal fiscalização eletrônica é chatinha mas funciona.
A “culpa” é do pardal.
Neste final de ano, no Rio de Janeiro, ocorreram vários problemas em que pessoas foram baleadas, nas ruas e nas praias (obviamente nada tem a ver com a questão do controle de armamento), algumas morreram, outras ficaram gravemente feridas, entre as quais um médico, filho de outro conhecido médico ortopedista. O Doutor Lídio de Toledo Filho e sua esposa sofreram tentativa de roubo a mão armada no Alto da Boa Vista e foram ambos baleados. Se o médico sobreviver é certo que ficará paralítico. Houve várias versões sobre as circunstâncias do ocorrido e a polícia está investigando o caso.
Porém, a última versão que apareceu nos jornais culpa o pardal pelo assalto, pois o médico resolveu diminuir a velocidade para não ser multado e aí teria sido vítima dos bandidos. Sugere que há uma estranha correlação criminosa entre os pardais e a bandidagem, fez alguns pensarem até, que a culpa em última instância é do César Maia, prefeito da cidade e que a solução, portanto é a de desligar os pardais.
Todos se lembram, não faz muitos anos, que um delegado de polícia todo poderoso liberou geral os sinais de trânsito nas madrugadas, agindo acima da lei, acima de tudo e a galera gostou e passou a obedecê-lo. Se algumas pessoas morreram ou ficaram aleijadas em acidentes nos cruzamentos é uma outra questão a ser pesquisada através das estatísticas.
Será que os assaltantes do doutor têm alguma responsabilidade no caso? É apenas mais uma questão social ou a culpa mesmo é do Pardal Misterioso e de seus ignorantes seguidores?! Ou talvez a responsabilidade seja da vítima o que, diga-se de passagem, não é raro entre nós. Afinal, quem mandou o médico passar por lá naquele momento. Enfim, …
Moral da estória: Em terra de pardal malandro se cria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário