quarta-feira, 25 de julho de 2007

Sexta fase


 NOSTALGIA
O ex-presidente resolveu realizar uma longa viagem de descanso após deixar o cargo máximo do governo, para recuperar-se da longa jornada que realizara.
Logo após, ao retornar ao país, passou a sentir falta do período em que fora governante. Não era mais procurado para dar entrevistas e seus adversários e alguns ex-colaboradores lançaram críticas sobre seu governo, havia muitos processos na Justiça, patrocinados por seus inimigos.
Ele sentia um forte sentimento de incompreensão, considerava-se abandonando e o que é pior achava que estavam destruindo sua obra.
Pensou em criar uma Fundação ou um Instituto de estudos e debates para reunir seus antigos companheiros, retomar o entusiasmo que os havia unido no passado, feito caminhar juntos.
Sentia também saudades dos tempos de poder, da pompa dos banquetes, dos contatos com líderes de outros países e principalmente da corte que o fazia sentir-se superior aos outros homens.
Já não o escutavam como antigamente.
Ele pensou em escrever um livro de memórias, proferir conferências, talvez se candidatar ao Senado, ou a Câmara dos Deputados, ou quem sabe a Prefeitura de sua cidade natal.
Entendia perfeitamente agora, porque todos os que uma vez tenham vivido o poder, não conseguiam viver sem ele.
O governante pensava como um ex-governante.
Vivia de lembranças e ilusões de talvez ocorrer um retorno triunfal nos braços do povo.
Ele dizia para si que o país ainda precisava dele.

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