sábado, 21 de julho de 2007

Quinta fase


NARCISISMO
O governante se sente iluminado, acima do bem e do mal, acreditando que pode dizer e fazer o que bem entender, já não defende um ideal programático, faz apenas o jogo do poder e das conveniências políticas. Seu discurso perde consistência, é pronunciado com a intenção de reforçar os arranjos que o sustentam. Age somente para manter-se no poder e desfrutar das delícias do cargo. Permite-se fazer toda e qualquer aliança que reforcem os seus interesses políticos pessoais. Afasta-se de aliados das primeiras horas e junta-se àqueles que durante as lutas políticas passadas ele havia duramente acusado.
Os que o cercam cobrem-no de elogios e dizem que ele é mais que um governante é um estadista, que o país não pode prescindir dele e que o melhor seria ele se dispor a cumprir mais um mandato. A Constituição não permite, mas ela pode ser reformada.
Afinal, o que interessa é a vontade soberana do povo e as pesquisas de opinião realizadas para tal fim comprovam que esta é a vontade do povo.
E ao ouvir todas estas coisas ele se sente feliz, quase em delírio.
O governante… Ora o governante… Acabou. Ele é governado por sua vaidade.

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