domingo, 21 de janeiro de 2007

Sopão


Há um grupo de especialistas em sabores diversos que poderia ser denominado de os insaciáveis que sonha com um prato de grande valor, mas que leva um nome simples: sopão. Tal especialidade não se encontra disponível na maior parte dos restaurantes e tampouco em todas as temporadas gastronômicas. Os ingredientes são diversos conforme o chef da época, já houve sopão de saco roxo, de tucano e agora se prepara um baseado em polvo e lula. Em todos, o importante é que não faltem boas doses de cara de pau ralada e chá de moita e que seja cozido no fogo brando da improbidade.
O clube detentor da receita guarda a sete chaves os seus segredos para que esta não caia em domínio público, afinal são todos conhecedores da fábula infantil da galinha dos ovos de ouro, embora haja uma minoria radical entre eles que imaginam um dia fazer um sopão com esta famosa galinha. Há alguns que gostam de trabalhar de graça, por vários anos, somente para deliciar-se com tal iguaria.
O importante neste prato é que ele seja servido frio e degustado com vinho mazela, bem gelado. O vinho é indispensável, pois é ele que provoca uma certa euforia hilariante que leva os comensais a saboreá-lo entre gargalhadas, que só os verdadeiramente espertinhos conhecem.
Chama atenção o fato que esta especialidade que é, para alguns poucos, uma delícia, causa fortes enjôos e náuseas a muitos outros. Alguns jornalistas gostam até de fazer fofoca a respeito, o que pode até servir de aviso ao grupo. Cuidado gente, não é com tanta sede que se vai ao pote.

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