quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Pelas Bandas de Ipanema

Ela caminhava pelas ruas arborizadas de Ipanema, algumas delas repletas de orquídeas recebidas de presentes, formais ou carinhosas. Algumas orquídeas estão hoje disponíveis para consumo como caixas de chocolate, mas têm um quê especial, uma elegância que só a natureza das plantas entranhadas de vida conseguem expressar.
Ela ia praticar esporte e estava suavemente de bem com a vida, andava com passos calmos e firmes, curtia o ar da manhã. Ela se deu conta que as ruas estavam limpas e o movimento começava a se agitar.
De repente o inusitado aconteceu: ela atravessava a faixa de segurança e um carro, repleto de crianças, que se dirigia à praia diminuiu a marcha e então uma destas embalagens de suco foi atirada para fora. Um senhor que passava, instintivamente se baixou pegou o lixo e lançou de volta para dentro do carro. Nada falou e seguiu seu caminho. Deu um branco total e gerou um olhar atônito dentro do carro, as pessoas ficaram mudas e perplexas sem saber como reagir. As outras que estavam por perto pareciam aprovar com sinais de apoio.
Ela sorriu e sua mente começou viajar… Se a moda pega?
Teve que se desviar de carros estacionados encima das calçadas e de alguns apontadores de jogo do bicho sentados em pequenos bancos, e também de comerciantes informais que estendiam suas mercadorias. Algumas lojas tinham feito uns puxadinhos e o espaço para caminhar ficava uma espécie de corrida com obstáculos. Apanhou alguns papéis de publicidade de cartomantes, compra de ouro, venda de imóveis e oferta de oportunidades.
Ouvia várias línguas serem faladas. Ipanema é um bairro cosmopolita, tem um ar de mundo e como é bom caminhar por suas ruas, tão bonitas e charmosas, com sua atmosfera alegre e cheia de vida. Ela caminhava e se sentia bem. A combinação, agitação da Metrópole com a descontração da praia era o que ela mais apreciava no Rio.
Viu também uma jovem senhora passeando com uma cachorrinha que devia ter acabado de sair de um instituto de beleza, era um bichinho felpudo de pelos brancos e uma fitinha colorida, certamente era uma cachorrinha de raça, uma belezinha que combinava perfeitamente com a elegância da dona. Foi curioso vê-la apanhar com luvas higiênicas o cocô da “filhinha”. A nossa caminhante pensou que talvez ela não fizesse isso em sua própria casa.
Logo adiante, como faz todos os dias, encostada na parede de um edifício estava uma jovem e bonita mulher sentada com seus dois filhinhos vendendo balas, com a frase típica: “compra uns doces pra me ajudar”.
Ela sorriu mais uma vez e seguiu seu caminho.

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