terça-feira, 5 de dezembro de 2006

KOFI ANNAN


Após três anos da invasão americana no Iraque, praticamente todos os dias, assistimos na televisão as notícias a respeito dos ataques das forças militares e dos atentados terroristas. Somos informados que desde o início dos bombardeios, em 2003, o orçamento desta ação militar poderá totalizar no próximo ano, 500 bilhões de dólares. A alegação de que estava em curso a produção de armas químicas ficou para as calendas. Os Estados Unidos não deram ouvidos aos países que reprovavam tal intervenção, nem mesmo as manifestações havidas em seu território e em todo o Mundo; mandaram às favas a ONU e prestaram um enorme desserviço à causa da Democracia e da Paz Mundial.
As Nações Unidas bem que tentaram intermediar uma solução para o problema criado. Quem não se lembra do atentado sofrido em Bagdá que levou à morte trágica o embaixador Sérgio Vieira de Mello e fim das esperanças de término pacífico de tal aventura?
Mas Kofi Annan não está se omitindo, neste momento, ao denunciar o fracasso das nações em encontrar caminhos diplomáticos para a solução de questões internacionais.
O Secretário Geral Das Nações Unidas, como o menino da fábula do Rei está nu, em uma de suas últimas entrevistas, antes de deixar o cargo a 31 de dezembro, afirmou à rede de televisão britânica, BBC referindo-se a situação atual do Iraque:
“Quando houve o conflito no Líbano e em outros lugares, demos o nome de guerra civil — e isto é muito pior” 
“Se eu fosse um iraquiano médio, obviamente eu faria a mesma comparação –de que eles tinham um ditador brutal, mas tinham as ruas, podiam sair, seus filhos podiam ir à escola e voltar sem que a mãe ou o pai se preocupasse” 
Os interesses da indústria do petróleo e da indústria bélica americana parecem que falaram mais alto do que os valores da convivência pacífica entre desiguais. Mas, há pelo menos uma notícia a comemorar: a demissão do embaixador dos EEUU junto a ONU, conhecido por sua arrogância e estreiteza de visão.
Adeus Kofi e votos para que seu sucessor se alinhe a causa das Nações Unidas pela paz e pela superação das misérias de nosso tempo.

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